Domínio das leis da natureza
Quando torcemos para que o goleiro do nosso time defenda o pênalti do adversário podemos até cruzar os dedos. Mas o reflexo do jogador já está determinado pelas leis da cinemática (parte da mecânica que estuda os movimentos). Disso entendem os físicos, que também recorrem a esses conhecimentos para fazer outros cálculos, como a distância entre os raios que caíram durante uma tempestade. Não se trata de mero exercício matemático. Estudar as leis naturais é o primeiro passo para o desenvolvimento de projetos que podem revolucionar todas as áreas ligadas à tecnologia: mecânica, energia térmica, óptica, acústica, eletricidade, magnetismo, eletrônica e muito mais.
Espírito analítico e curioso são atributos obrigatórios para quem quer ter sucesso nesse campo. E que ninguém espere encontrar trilhas fáceis: a carreira do pesquisador é árdua. Fora dos poucos tradicionais órgãos de ensino, no Brasil quase não se encontram boas bibliotecas nem laboratórios bem equipados – deficiências sérias no ensino de uma matéria essencialmente investigativa.
O magistério ainda tem sido a saída para absorver os profissionais graduados. Mas a baixíssima remuneração nas universidades públicas tem provocado a fuga para instituições particulares, que pagam melhor. Além do ensino, os físicos podem atuar em praticamente todos os segmentos da atividade científica e industrial. Na área médica, o profissional usa seus conhecimentos para fazer diagnósticos, cintilografias cardíacas, radioterapia. Na indústria automobilística, atua ao lado de engenheiros na montagem de carros. Em oceanografia, faz análises das relações entre o mar e a atmosfera.
Atualmente, está em alta a física dos materiais, que desenvolve tecnologia de ponta para fibras ópticas, chips e supercondutores. Já a física nuclear passa por uma fase de declínio. Embora a usina de Angra 2 tenha sido colocada em funcionamento, é grande o barulho em torno dos perigos de acidente nos reatores. As deficiências na operação da usina de Angra 1 e a preocupação com o armazenamento do lixo nuclear ameaçam essa fonte de energia, no Brasil.
Os cursos superiores oferecidos no país são bastante abrangentes em termos de especializações: experimental, geral, de materiais e mecânica, matemática, nuclear e física aplicada. Além da licenciatura, quem concluir o curso poderá obter habilitação em Física aplicada e instrumentação, microeletrônica, oceanografia física e astronomia. É recomendável iniciar um trabalho de pesquisa ainda na faculdade e, para isso, é bom saber que órgãos como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa Tecnológica) são os que mais oferecem bolsas e financiamento para o trabalho investigativo.
Duração média do curso: quatro anos
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